terça-feira, 13 de maio de 2014

Trabalhando valores por meio de fábulas



Fábulas - trabalhando valores


         As fábulas são fontes interessantes e agradáveis de trabalhar valores com as crianças. O gosto por ouvir histórias vem acompanhando as gerações a séculos.
         Além de despertar o gosto pela leitura e estimular a linguagem oral, as fábulas permitem ensinar os princípios éticos e morais utilizando exemplos fictícios.
         Uma forma de trabalhar os textos seria contar uma história semanalmente para os alunos, seria interessante realizar a atividade durante o mês do livro. Com a ajuda da bibliotecária, professoras e demais funcionárias da escola, algum livros são selecionados, e este grupo decide como se dará o conto, por meio de teatro, ou por narradora caracterizada, ou ainda com a utilização de mídias.
         Após a apresentação, cada professora poderá trabalhar com seus alunos a fábula, da maneira mais adequada ao nível de alfabetização/desenvolvimento de seus alunos, tais como reconto, criação de cartazes, ou desenhos individuais, etc.

Segue à seguir alguns exemplos de fábulas e atividades a serem trabalhadas com alunos do 2º ano, ambas tendo como fonte: http://misturadealegria.blogspot.com.br/2010/10/trabalhando-com-fabulas-em-sala-de-aula.html

 








         Um exemplo de sequência didática a ser aplicada, é esta que encontrei no site: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=9515 e transcrevo aqui como opção para se trabalhar valores:


A história de como nasceu a alegria

Autor e Coautor(es)
Coautor(es): Andréa Vassallo Fagundes

Estrutura Curricular

Modalidade / Nível de Ensino
Componente Curricular
Tema
Ensino Fundamental Inicial
Língua Portuguesa
Língua oral: valores, normas e atitudes
Ensino Fundamental Inicial
Língua Portuguesa
Língua escrita: prática de leitura

Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
Possibilitar o aprendizado de valores universais tais como o respeito ao homem, à natureza e ao próximo.
Trabalhar a questão da diversidade e do preconceito existentes em diversas atitudes.
Desenvolver o gosto em ouvir histórias.       
Incentivar hábitos de escrita através da produção de um texto criativo. 
Duração das atividades
3 aulas de 50 minutos aproximadamente
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
Estar alfabetizado e inserido no processo de letramento.
Estratégias e recursos da aula
Momento 1

A professora, antes de apresentar o livro às crianças, deverá questionar:

• O que significa para vocês a alegria?         

• Qual é o contrário de alegria?
•Como será que nasceu a alegria?
Ouvir as respostas de cada um considerando suas reflexões.
Comentar com a turma que irão ouvir uma história muito interessante que conta de onde vem a alegria. A professora deve ler o livro: “Como nasceu a Alegria”


Título: COMO NASCEU A ALEGRIA     
Editora: Paulus          
Autor: RUBEM ALVES      
ISBN: 8534900884   
Origem: Nacional      
Ano: 2002      
Edição: 17     
Número de páginas: 16         
Acabamento: Brochura         
Formato: Médio

"COMO NASCEU A ALEGRIA"  
(Rubem Alves)
Você pode não acreditar, mas é verdade: muitos anos atrás a terra era um jardim maravilhoso.
É que os anjos, ajudados pelos elefantes, regavam tudo, com regadores cheios de água que eles tiravam das nuvens. Esta era a sua primeira tarefa, todo dia.
Se esquecessem, todas as plantas morreriam, secas, estorricadas... Para que isso não acontecesse, Deus chamou o galo e lhe disse:     
- Galo, logo que o sol aparecer, bem cedinho, trate de cantar bem alto para que os anjos e os elefantes acordem...           
E é por isto que, ainda hoje, os galos cantam de manhã...   
Flores havia aos milhares. Todas eram lindas. Mas, infelizmente, todas elas eram igualmente vaidosas e cada uma pensava ser a mais bela. E, exibindo as suas pétalas, umas para as outras, elas se perguntavam, sem parar:         
- Não sou a mais linda de todas? Até pareciam a madrasta da Branca de Neve.
Por causa da vaidade, nenhuma delas ouvia o que as outras diziam e nem percebiam que todas eram igualmente belas. Por isso, todas ficavam sem resposta.
E eram, assim, belas e infelizes.        
No meio de tanta beleza infeliz, entretanto, certo dia uma coisa inesperada aconteceu.
Uma florinha, que estava crescendo dentro de um botão, e que deveria ser igualmente bela e infeliz, cortou uma de suas pétalas num espinho, ao nascer.A florinha nem ligou e vivia muito feliz com sua pétala partida. Ela não doía. Era uma pétala macia. Era amiga.
Até que ela começou a notar que as outras flores a olhavam com olhos espantados. E percebeu, então, que era diferente.       
- Por que é que as outras flores me olham assim, papai, com tanto espanto, olhos tão fixos na minha pétala...?  
- Por que será? Que é que você acha?, perguntou o pai.      
Na verdade, ele bem sabia de tudo. Mas ele não queria dizer. Queria que a florinha tivesse coragem para olhar para as vaidosas e amar a sua pétala.
- Acho que é porque eu sou meio esquisita..., a florinha respondeu.
E ela foi ficando triste, triste... Não por causa da sua pétala rachada, mas por causa dos olhos das outras flores.           
- Já estou cansada de explicar. Eu nasci assim... Mas elas perguntam, perguntam, perguntam...
Até que ela chorou. Coisa que nunca tinha acontecido com as flores belas e infelizes.
A terra levou um susto quando sentiu o pingo de uma lágrima quente, porque as outras flores não choravam. E ela chamou a árvore e lhe contou baixinho:
- A florinha está chorando. E a terra chorou também. A árvore chamou os pássaros e lhes contou o que estava acontecendo. E, enquanto falava, foi murchando, esticando seus galhos num longo lamento, e continua a chorar até hoje, à beira dos rios e dos lagos, aquela árvore triste que tem o nome de chorão. E das pontas dos seus galhos correram as lágrimas que se transformaram num fiozinho de água...Os pássaros voaram até as nuvens.  
- Nuvens, a florinha está chorando. E choraram lágrimas que se transformaram em pingos de chuva... As nuvens choraram também, juntando-se aos pássaros numa chuva enorme, choro do céu. As lágrimas das nuvens molharam as camisolas dos anjinhos que brincavam no céu macio.          
E quiseram saber o que estava acontecendo. E quando souberam que a florinha estava chorando, choraram também... E Deus, que era uma flor, começou a chorar também.
E a sua dor foi tão grande que, devagarinho, como se fosse espinho, ela foi cortando uma de suas pétalas. E Deus ficou tal e qual a florinha.
E aquele choro todo, da terra, das árvores, dos pássaros, dos anjos, de Deus, virou chuva, como nunca havia caído.           
O sol, sempre amigo e brincalhão, não agüentou ver tanta tristeza. Chorou também. E a sua boca triste virou o arco-íris...   
E as chuvas viraram rios e os rios viraram mares. Nos rios nasceram peixes pequenos.
Nos mares apareceram os peixes grandes.    
A florinha abriu os olhos e se espantou com todo aquele reboliço. Nunca pensou que fosse tão querida. E a sua tristeza foi virando, lá dentro, uma espécie de cócega no coração, e sua boca se entortou para cima, num riso gostoso...
E foi então que aconteceu o milagre.
As flores belas e infelizes não tinham perfume, porque nunca riam.           
Quando a florinha sorriu, pela primeira vez, o perfume bom da flor apareceu.      
O perfume é o sorriso da flor. E o perfume foi chamando bichos e mais bichos... 
Vieram as abelhas... Vieram os beija-flores... Vieram as borboletas... Vieram as crianças.
Um a um, beijaram a única flor perfumada, a flor que sabia sorrir. 
E sentiram, pela primeira vez, que a florinha, lá dentro do seu sorriso, era doce, virava mel...
Esta é a estória do nascimento da alegria. De como a tristeza saiu do choro, do choro surgiu o riso e o riso virou perfume. A florinha não se esqueceu de sua pétala partida.
Só que, deste dia em diante, ela não mais sofria ao olhar para ela, mas a agradava, como boa amiga. Quanto aos regadores dos anjos, nunca mais foram usados.
De vez em quando, olhando para as nuvens, a gente vê um deles, guardado lá dentro, já velho e coberto de teias de aranha...         
Enquanto a florinha de pétala partida estiver neste mundo, a chuva continuará a cair e o brinquedo de roda em volta do seu sorriso e do seu perfume não terá fim ..
Texto disponível em:  
Momento 2
Após a escuta da história (leitura modelar), conversar com os alunos, propondo algumas questões para reflexão e discussão, assim uma interpretação oral será desenvolvida
• De acordo com a história, como era a terra?
• Quem vivia nessa terra? Que animais? Que plantas? O que eles faziam?
• Será que todas as flores tem a sua beleza?
• Por que a florinha da história chorou?
• O que aconteceu com a florinha para deixá-la tão triste?
• Conforme a história, como foi que nasceu a chuva?
• E como foi que nasceu a alegria?
• O que era o sorriso da florzinha?
• O que significa a tristeza? E a alegria?
• O que nos deixa triste? Quando ficamos tristes o que acontece?
• O que nos deixa alegre?
Momento 3
A professora fará coletivamente uma lista com nomes de diferentes flores. Deverá escrever no quadro nome de flores que as crianças conhecem e, em seguida, poderá relacionar suas características. Ressaltar a beleza de cada uma das flores enfatizando as diferenças e semelhanças em suas características.
Refletir sobre a mensagem que o autor quis deixar, ressaltando que apesar das diferenças, devemos aprender a respeitar as pessoas como suas qualidades e possíveis defeitos.
Momento 4
No caderno, pedir que façam um pequeno registro de como o autor Rubem Alves descreveu o nascimento da alegria.  
Em seguida, distribuir diversos tipos de papéis coloridos, retalhos de tecido, cola, tesoura e canetinhas, pedindo que façam um jardim, repleto de flores bem alegres.
Momento 5
A professora deve distribuir uma folha de papel ofício A4 para cada criança e pedir que pensem e escrevam outra forma que poderia ter nascido a alegria.
Na aula seguinte, pedir que leiam espontaneamente algumas idéias sobre o nascimento da alegria.
Avaliação
Observar a participação dos alunos durante a atividade de compreensão oral.
Avaliar a capacidade de reproduzir as ideias do autor .      
Analisar a  produção escrita do aluno, identificando marcas de criatividade.
Perceber, posteriormente a esse trabalho, como os alunos reagem ao se depararem com diferenças existentes no dia-a-dia do contexto escolar..